Câncro
Não tenho medo
Suponho eu
Tenho frio
Estou morto
Carta feia
Já beijei cem milhões de pessoas
E nenhuma me soube a mar
Não tenho fome
O tempo parou
E eu caí
Nem sei como não chorar
Lembro-me do teu dia
Foi como outro qualquer
E nada
Foi a última foda que te calhou
Nem sei porque é que a tiraste
Já mataste cem milhões de putas
E nenhuma te soube amar
Sou tão pós-moderno
Olhem para mim
Não tenho vontade
Já não me apetece
Nem acredito que isto passe por ritmo
Suponho eu
Mas já não tenho frio
E nem de morto consigo fingir
Epopeia, epopeia
Do nada e do cagar
Estou cansado como de costume
Vou fumar outro cigarro
E apagar a ponta nos meus olhos
Sei que assim vou chorar sangue
E impressionar a minha namorada
Ahah
Nada
Sinto todas as tuas feridas de merda
A arruinar o meu ambiente pútrido favorito
Quem se mete em tudo também se mete em ti
Não é?
Olhem para ela
Está cheia de sexo
Arranha-me com sangue
Estou cheio de dores
Ahah
Nada
Espera dois segundos
Já que partes cem milhões de janelas
Por cada lágrima derramada
Então aproveita qualquer coisa
E vai-te foder
Deixa-me em paz
Não sou teu
Não sou meu
Estou cheio de dores
Ahah
Bela merda
Só me saem duques
Ahah
Estamos todos no mesmo barco
Vai-te foder
Vou fumar outro cigarro
E apagar a ponta nos teus olhos
Pode ser que assim vejas
Que estou cheio do teu câncro
E das outras todas também
E não quero saber
Tenho calor
Tenho frio
Sei que quero morrer
Mas estou cheio de frio
E de calor
E isso dá-me preguiça
Prefiro estar assim.
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