Outro Mal Qualquer
Foi num dia como este
Entorpecido pelas horas cadentes
Que mudei as minhas vagas ideias
Sou um perdido
Sem sentido
Quis dizer todos os teus nomes
Mas só me lembrei do mais falso
Senti prazer no pequeno insulto
E nem assim me arrependo
Agora afasta-te de mim
Um passo de cada vez
Não olhes para a minha sombra
Esquece a minha marca
Repete depois de mim.
20090415
Mais, se até eu soubesse onde procurar.
I
Viver do fenómeno
Como se de alimento se tratasse
Tornou-se minha ambição
No decorrer de mais uma madrugada
Contei as horas
Em que te esperei sem querer
Sem vida a que me agarrar
Supondo que
Eventualmente
Me reconhecerías
II
Importei-me uma vez
Com as minhas parcas opções
Sabendo-me só
Escolhi tua companhia
Repetida
Ouvi vezes sem conta
Os ecos sem fundo
Dos gemidos ternos
Das nossas longas horas
Que não eram de mais ninguém
III
Senti
Quando qualquer rumo mudou
Que o mundo me tinha raiva
Por ter parido qualquer dor
Senti
Como se tudo fosse agora
Sem te saber na palma da minha mão
Senti-te junto a mim
Como uma flor que pisei
Ou algum grito que ignorei
IV
Março campestre
Porque me deixas sem pudor?
Lamentamos juntos
Teus ódios, minhas mágoas
Feridas abertas e sabores queimados
Beijei tua alma
Porque te sabia morto
Agora deixa-me
Não quero mais
V
Tracem-me o sexo
Só assim saberei mais qualquer coisa
Que nem falta me faz
Só porque sim
Tomem-me por garantido
Por favor
Não me venham exigir
Tudo o que já dei
Etcetera
Enfim
VI
Boca vermelha
Pálida
Suponho que estejas do meu lado
Não te sinto fria
Não me arrastas pela dúvida
Beijei-te ao hesitar
E agora perco-te
Num delírio qualquer
De triste
De pobre
Sem ter a tua paz
VII
O quão podre preciso estar
(pelo menos meu coração)
Para sucumbir a dúvidas
Eternas
Ai, meu semblante carregado
Que dor tão sem significado
Pobre de espírito
Nojo
Viciado no remoinho constante
Da perpétua renovação da dor
Que é tudo isto
VIII
Liberdade canina
Esta, a de te amar
Toma a minha força
De saber que caí
E perdoa-me inocências
Desespero e vómito
A noite é fantasia
E nós
Nós somos seu fosco reflexo
IX
Bruta eternidade
Que é o compasso de espera
Para o universo me dar fôlego
Desta feliz coincidência
Estou cheio de vontade
De tudo
Até de te foder
Mas não me levanto daqui para tal
Isso seria morrer
E amanhã é outro dia
X
Coroa tão vazia
A que me é atribuída
Pelo pudor
Afastem-se da minha carcaça
Por um ténue segundo
Sem esforços
E vejam o que fizeram da minha luta
Inexistente
Escolheram-na.
I
Viver do fenómeno
Como se de alimento se tratasse
Tornou-se minha ambição
No decorrer de mais uma madrugada
Contei as horas
Em que te esperei sem querer
Sem vida a que me agarrar
Supondo que
Eventualmente
Me reconhecerías
II
Importei-me uma vez
Com as minhas parcas opções
Sabendo-me só
Escolhi tua companhia
Repetida
Ouvi vezes sem conta
Os ecos sem fundo
Dos gemidos ternos
Das nossas longas horas
Que não eram de mais ninguém
III
Senti
Quando qualquer rumo mudou
Que o mundo me tinha raiva
Por ter parido qualquer dor
Senti
Como se tudo fosse agora
Sem te saber na palma da minha mão
Senti-te junto a mim
Como uma flor que pisei
Ou algum grito que ignorei
IV
Março campestre
Porque me deixas sem pudor?
Lamentamos juntos
Teus ódios, minhas mágoas
Feridas abertas e sabores queimados
Beijei tua alma
Porque te sabia morto
Agora deixa-me
Não quero mais
V
Tracem-me o sexo
Só assim saberei mais qualquer coisa
Que nem falta me faz
Só porque sim
Tomem-me por garantido
Por favor
Não me venham exigir
Tudo o que já dei
Etcetera
Enfim
VI
Boca vermelha
Pálida
Suponho que estejas do meu lado
Não te sinto fria
Não me arrastas pela dúvida
Beijei-te ao hesitar
E agora perco-te
Num delírio qualquer
De triste
De pobre
Sem ter a tua paz
VII
O quão podre preciso estar
(pelo menos meu coração)
Para sucumbir a dúvidas
Eternas
Ai, meu semblante carregado
Que dor tão sem significado
Pobre de espírito
Nojo
Viciado no remoinho constante
Da perpétua renovação da dor
Que é tudo isto
VIII
Liberdade canina
Esta, a de te amar
Toma a minha força
De saber que caí
E perdoa-me inocências
Desespero e vómito
A noite é fantasia
E nós
Nós somos seu fosco reflexo
IX
Bruta eternidade
Que é o compasso de espera
Para o universo me dar fôlego
Desta feliz coincidência
Estou cheio de vontade
De tudo
Até de te foder
Mas não me levanto daqui para tal
Isso seria morrer
E amanhã é outro dia
X
Coroa tão vazia
A que me é atribuída
Pelo pudor
Afastem-se da minha carcaça
Por um ténue segundo
Sem esforços
E vejam o que fizeram da minha luta
Inexistente
Escolheram-na.
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