Funeral.
I
Foram os sonhos
Foram as mágoas
Sempre soube que o vento
Fosse ele quem fosse
Ia levar o que sobrou daqui
Até outra morada
Até outra morada
Até outra morada
No inverno agreste
No gelo eterno dos sorrisos
Prendemos a calma
Fugiu-nos a voz e o silêncio
Para onde o horizonte ardeu
Sem sabermos como respirar
Ardiam-me os olhos
Fosse como fosse
Parou a alma
AMANHÃ TEMOS DE NOS CONCENTRAR NO FIM DAS IDEIAS
AMANHÃ TEMOS DE SALTAR PARA FORA DO CORPO
ISTO É PARA QUANDO O SANGUE JÁ PAROU DE ESCORRER
ISTO É PARA QUANDO JÁ NÃO FALAMOS E O FUMO FICA DENSO
A LUZ TORNA-SE PENA E O QUE RESTA SÃO OS OLHARES CHEIOS DE DOR
AMANHÃ TEMOS DE SER COMO SEMPRE FOMOS
II
Passaram vinte anos
Foi mais uma noite de tremor
Repeti o tremor nas mãos
Como se o meu coração fosse de ferro
Lamento tudo o que tentei
Fossem outros os meus prantos
Mas a lua é nova
E estou só
De novo
ERA UMA E MEIA DA MANHÃ
E EM FRENTE À MINHA CASA
ESTAVA UM PINHAL CHEIO DE NÉVOA
O SOL BRILHAVA
III
Tantas as vezes que me fodeste
Tantas as vezes que me fodeste
Perdão
Tantas as vezes que me fodeste
Que agora sinto-te como arrepios
A falar-me em cada poro
As minhas palavras
Rangidas por entredentes
Gritei as últimas preces
Estava cheio de frio
Vampiro
Ridículo
Ambos presos ao gelar dos nossos rituais
Escapam-se os últimos rastos da passagem
Abres os olhos
Puro
ÍCONES ESCORRIDOS E A LUA ESTAVA COBERTA PELO QUE RESTAVA DAS VELHAS TREVAS
FOI O FIM DO QUE AINDA PODIA SER UM DIA A ÚLTIMA REZA A TI PRÓPRIO
IV
Apagamos as últimas palavras da pedra
No perímetro estamos em caco
No perímetro estamos em caco
No perímetro estamos em caco
Partiram-se as palavras
E repetimos tudo de novo
Como num ritual sem respeito
Estavamos em flor nesses dias
Mas agora somos tudo e não olhamos mais
Agora somos tudo e não sabemos
No limbo
Suspiros de quem está numa jaula
Podias ter parado
Podias ter parado
Podias ter parado
Mas agora apagamos as últimas palavras da pedra
Não temos razão de queixa
Não temos razão de ser
Não te plantam uma papoila na alma
Pensam que tens tudo
Estás vazio e rodeado de névoa
Estás vazio e rodeado de névoa
Estás vazio e rodeado de névoa
Enfrentar o medo
Ridículo como estar dormente
Todas as penas que cumpri
Foram putas
Foram putas
Foram sete anos sem te saber mais perto
Parou o meu relógio
E parei de contar os passos
Que dei para chegar ao centro
V
A pele que arranquei
Ao coçar-me pelo fedor
Ócio, pena, fantasma
Sorriso nos lábios
Sorriso nos lábios
Vómito a escorrer pelo canto do lábio
Ao fugir de outra lágrima
Ao pensar que tenho sede
Tenho os ouvidos a gritar
Escaparam as frases soltas
Que já significaram qualquer merda
Que já significaram qualquer acção
Arrancaram-me a pele
Ao coçarem-me a alma
Tenho pena de mim
Sorriso permanente
Sorriso
APERTARAM A MENINA CONTRA A PAREDE
ATÉ ELA SE ESQUECER QUE ESTAVA LÁ
TIRARAM TUDO O QUE PODIAM
FOI A MAIS BONITA FOTOGRAFIA
DAQUELA FESTA SEM SORRISOS
VI
Mostra o que desenhaste
Uma casa e uma febre
Já esqueci o que querias dizer
Corta-me e vê
Pode ser que encontres a tua sorte
Mostra-me o que tens entre as pernas
Uma febre e tudo mais
Força-me a falar
Pode ser que encontres a tua sorte
Força-me a falar
Força-me a falar
Força-me a falar
O PASSADO É GLÓRIA PISADA PELO ECO
CHEGA DE CONVERSAS E ENTRETANTOS
VII
FUNERAL QUERIDO QUE TANTA SAUDADE DEIXASTE
SUPONHO QUE JÁ NÃO SAIBAS COMO O TEMPO PAROU
Os meus olhos escorreram
Vi uma luz qualquer
Nunca me vendi tanto ao divino
Respiraram-me os ventos gelados
Caí de sono e fome
Irmãos e irmãs do demónio
Somos tão felizes aqui
Somos tão felizes aqui
Somos tão felizes aqui
Acende-me o último cigarro por favor
Os meus olhos escorreram
Estou em vidro
Eu fiz tudo isto por ti
Eu fiz tudo isto por ti
Eu fiz tudo isto por ti
Eu fiz tudo isto por ti
Eu fiz tudo isto por ti
Eu fiz tudo isto por ti
Acabou
20090520
20090513
CEGO
SEM PUDOR
TIRA A MÃO
TIRA A MÃO
TIRA A PUTA DA TUA MÃO
NÃO CONSIGO
RESPIRAR O PÓ
O PÓ
SOU MAIS OUTRO
OUTRA ALMA
OUTRA ALMA
OUTRA ALMA
NÃO CONSIGO
RESPIRAR O PÓ
SÓ RESTOS
RESTOS
PÓ
ESTOU AQUI
NÃO CONSIGO
ARRANHAR AS PAREDES
SENTIR O FEDOR
FEDOR
DA TUA MÃO
TIRA A MÃO
TIRA A PUTA DA TUA MÃO
QUERO MAIS
MAIS QUALQUER COISA
MAIS QUALQUER DOR
SEM DORES
NEM SEI
SEM DORES NEM PUDOR
SÓ NERVOS
NERVOS
ESTOU SÓ
SÓ E RUIDOSO
ESTOU SÓ
ANDA CÁ
ANDA CÁ
NÃO ME DEIXES ASSIM
NÃO CONSIGO
FODE-ME OS OUVIDOS
FODE-ME OS OUVIDOS
FODE-ME OS OUVIDOS
PUTA DA MÃO
TIRA A PUTA DA MÃO
ESTOU SÓ
ESTOU EM CONTÍNUO
ESTOU CONTIGO
SÓ E RUIDOSO
NÃO FUGI DE TI
NÃO FUGI
SEM CORRER
SEM CORRER
SOU O FEDOR
DA TUA MÃO
TIRA A MÃO
TIRA A MÃO
QUEIMAM-ME AS OLHEIRAS
DOI O CORAÇÃO
DOI O CORAÇÃO
O CORAÇÃO
ESTOU SEM TI
ESTOU SÓ E SÓ
RUIDOSO
FODE-ME A ALMA
FODE FODE FODE-ME OS OUVIDOS
OS OUVIDOS
FODE-ME O ÓDIO
ÓDIO
SÓ ÓDIO
SÓ E RUIDOSO
FERRUGEM NOS CANOS
FERRUGEM
EU OIÇO OS BARULHOS
MAGOAM O QUE É PURO
EU ESTOU PURO
EU SOU PURO
PURO
EU ESTOU SÓ
EU ESTOU PURO
EU OIÇO AS DORES
EU OIÇO OS PASSOS
A FERRUGEM NOS CANOS
ESTÁ TUDO EM QUEDA
EU OIÇO E MAGOA
MAGOAM O QUE É PURO
TU ÉS PURA
EU SOU PURO
PURO
PURO
FODE-ME OS OUVIDOS
ESTOU SÓ
SÓ E RUIDOSO
ARRANHA-ME OS BRAÇOS
E TIRA-ME O QUE FALTA
TIRA-ME ESTA DOR
ESTA PUTA DESTA DOR
ESTA DOR
ESTOU SEM TI
NÃO SEI O QUE É PURO
ESTOU SEM TI
ESTOU SEM TI
FODE-ME OS OUVIDOS
MAS TIRA A MÃO
TIRA A MÃO
TIRA A PUTA DA TUA MÃO
DE CIMA DO CADÁVER
O MEU CADÁVER
ESTOU SÓ
ESTOU SÓ E RUIDOSO
ESTOU SEM TI
FODE-ME OS OUVIDOS
FODE-ME OS OUVIDOS
ESTÁ TUDO EM QUEDA
TIRA A MÃO
A MÃO
SEM PUDOR
TIRA A MÃO
TIRA A MÃO
TIRA A PUTA DA TUA MÃO
NÃO CONSIGO
RESPIRAR O PÓ
O PÓ
SOU MAIS OUTRO
OUTRA ALMA
OUTRA ALMA
OUTRA ALMA
NÃO CONSIGO
RESPIRAR O PÓ
SÓ RESTOS
RESTOS
PÓ
ESTOU AQUI
NÃO CONSIGO
ARRANHAR AS PAREDES
SENTIR O FEDOR
FEDOR
DA TUA MÃO
TIRA A MÃO
TIRA A PUTA DA TUA MÃO
QUERO MAIS
MAIS QUALQUER COISA
MAIS QUALQUER DOR
SEM DORES
NEM SEI
SEM DORES NEM PUDOR
SÓ NERVOS
NERVOS
ESTOU SÓ
SÓ E RUIDOSO
ESTOU SÓ
ANDA CÁ
ANDA CÁ
NÃO ME DEIXES ASSIM
NÃO CONSIGO
FODE-ME OS OUVIDOS
FODE-ME OS OUVIDOS
FODE-ME OS OUVIDOS
PUTA DA MÃO
TIRA A PUTA DA MÃO
ESTOU SÓ
ESTOU EM CONTÍNUO
ESTOU CONTIGO
SÓ E RUIDOSO
NÃO FUGI DE TI
NÃO FUGI
SEM CORRER
SEM CORRER
SOU O FEDOR
DA TUA MÃO
TIRA A MÃO
TIRA A MÃO
QUEIMAM-ME AS OLHEIRAS
DOI O CORAÇÃO
DOI O CORAÇÃO
O CORAÇÃO
ESTOU SEM TI
ESTOU SÓ E SÓ
RUIDOSO
FODE-ME A ALMA
FODE FODE FODE-ME OS OUVIDOS
OS OUVIDOS
FODE-ME O ÓDIO
ÓDIO
SÓ ÓDIO
SÓ E RUIDOSO
FERRUGEM NOS CANOS
FERRUGEM
EU OIÇO OS BARULHOS
MAGOAM O QUE É PURO
EU ESTOU PURO
EU SOU PURO
PURO
EU ESTOU SÓ
EU ESTOU PURO
EU OIÇO AS DORES
EU OIÇO OS PASSOS
A FERRUGEM NOS CANOS
ESTÁ TUDO EM QUEDA
EU OIÇO E MAGOA
MAGOAM O QUE É PURO
TU ÉS PURA
EU SOU PURO
PURO
PURO
FODE-ME OS OUVIDOS
ESTOU SÓ
SÓ E RUIDOSO
ARRANHA-ME OS BRAÇOS
E TIRA-ME O QUE FALTA
TIRA-ME ESTA DOR
ESTA PUTA DESTA DOR
ESTA DOR
ESTOU SEM TI
NÃO SEI O QUE É PURO
ESTOU SEM TI
ESTOU SEM TI
FODE-ME OS OUVIDOS
MAS TIRA A MÃO
TIRA A MÃO
TIRA A PUTA DA TUA MÃO
DE CIMA DO CADÁVER
O MEU CADÁVER
ESTOU SÓ
ESTOU SÓ E RUIDOSO
ESTOU SEM TI
FODE-ME OS OUVIDOS
FODE-ME OS OUVIDOS
ESTÁ TUDO EM QUEDA
TIRA A MÃO
A MÃO
20090510
Coisas que se escrevem de calças justas.
I
Lembro-me de quando não tinha para onde olhar. Foi como se tudo estivesse no centro duma mesa e fizesse sentido. Lembro-me de ter tudo.
Saí de casa naquele dia. Não queria voltar mais. Só tinha um cigarro comigo, mas podia sempre pedir a um estranho qualquer. Caminhei o mais que pude sem pensar, o que deu para pouco. Tomei dois valiums para continuar. Não resultou.
Sentado num banco qualquer raspei a nódoa que tinha no casaco contra um parafuso solto. As meninas passavam e eu olhava para o rabo delas, sem pensar muito no que isso queria dizer. Deitei-me e olhei para o sol com esperança de ver um pássaro que não me cagasse em cima. Tive sorte. Revirei os olhos e não aguentei mais o peso daquela velha ressaca. Vomitei tudo o que tinha num balde do lixo que por acaso se encontrava ao meu lado. Caí para o chão e um senhor veio ter comigo para me mandar embora. E eu fui.
As lojas estavam todas fechadas. Que dia tão aborrecido. Deixei cair uma moeda ao chão e ao baixar-me para a apanhar caíram-me também os óculos de sol. Deus, que dia tão aborrecido. Apanhei tudo e lá fui eu em direcção à casa de alguém.
Entrei na casa dos amigos com um grande alarido. O espectáculo do costume. Só me faltava pôr uma máscara. Deixei-me caír numa cama enquanto tocava uma canção sobre corações partidos, cheia de ironia, e nós a ouvirmos aquilo duma forma impossivelmente mais irónica. Que ridículo.
As horas que passaram, cheias de fumo e anedotas sem graça, resumiram-se a mais um dia sem propósito. Fugimos da rotina. Cheios de medo e fome, corremos as ruas em busca do horror de existir. E ela não me saía da cabeça. Precisava de mais um valium.
II
Doíam-me tanto os olhos por causa daquele maldito ambiente que eu amava. As silhuetas torturadas dos dançarinos macabros davam-me o tesão que eu tanto precisava para me sentir no inferno. O ruído, o toque, o suave ardor nas minhas narinas e a doce dor de ser empurrado pela multidão. Perdi então a vontade de ser eu.
O meu telefone tocou, uma e outra vez, cheio de fúria. Não quis saber. Chamei-a para mim e repeti um automatismo sentimental ao ouvido dela. Deu-me o maior dos apertos no meu fraco coração. Nunca me tinha sentido tão perdido. Empurrei a noite para dentro do fundo de mais um copo e caminhei a passos largos e amedrontados para a rua sinistra. Era eu e mais ninguém.
Tirei o último cigarro do bolso e lá o acendi com mãos trémulas. A minha alma, cheia de câncros duvidosos, doía como nunca.
Acordei cheio da doença. Não, era só uma ligeira dor de cabeça e qualquer vulgar tontura. Que horror matinal. Cocei a cabeça e pensei um pouco. Com tanta emoção já me tinha desabituado. Cambaleei até à janela e comi uma bolacha.
I
Lembro-me de quando não tinha para onde olhar. Foi como se tudo estivesse no centro duma mesa e fizesse sentido. Lembro-me de ter tudo.
Saí de casa naquele dia. Não queria voltar mais. Só tinha um cigarro comigo, mas podia sempre pedir a um estranho qualquer. Caminhei o mais que pude sem pensar, o que deu para pouco. Tomei dois valiums para continuar. Não resultou.
Sentado num banco qualquer raspei a nódoa que tinha no casaco contra um parafuso solto. As meninas passavam e eu olhava para o rabo delas, sem pensar muito no que isso queria dizer. Deitei-me e olhei para o sol com esperança de ver um pássaro que não me cagasse em cima. Tive sorte. Revirei os olhos e não aguentei mais o peso daquela velha ressaca. Vomitei tudo o que tinha num balde do lixo que por acaso se encontrava ao meu lado. Caí para o chão e um senhor veio ter comigo para me mandar embora. E eu fui.
As lojas estavam todas fechadas. Que dia tão aborrecido. Deixei cair uma moeda ao chão e ao baixar-me para a apanhar caíram-me também os óculos de sol. Deus, que dia tão aborrecido. Apanhei tudo e lá fui eu em direcção à casa de alguém.
Entrei na casa dos amigos com um grande alarido. O espectáculo do costume. Só me faltava pôr uma máscara. Deixei-me caír numa cama enquanto tocava uma canção sobre corações partidos, cheia de ironia, e nós a ouvirmos aquilo duma forma impossivelmente mais irónica. Que ridículo.
As horas que passaram, cheias de fumo e anedotas sem graça, resumiram-se a mais um dia sem propósito. Fugimos da rotina. Cheios de medo e fome, corremos as ruas em busca do horror de existir. E ela não me saía da cabeça. Precisava de mais um valium.
II
Doíam-me tanto os olhos por causa daquele maldito ambiente que eu amava. As silhuetas torturadas dos dançarinos macabros davam-me o tesão que eu tanto precisava para me sentir no inferno. O ruído, o toque, o suave ardor nas minhas narinas e a doce dor de ser empurrado pela multidão. Perdi então a vontade de ser eu.
O meu telefone tocou, uma e outra vez, cheio de fúria. Não quis saber. Chamei-a para mim e repeti um automatismo sentimental ao ouvido dela. Deu-me o maior dos apertos no meu fraco coração. Nunca me tinha sentido tão perdido. Empurrei a noite para dentro do fundo de mais um copo e caminhei a passos largos e amedrontados para a rua sinistra. Era eu e mais ninguém.
Tirei o último cigarro do bolso e lá o acendi com mãos trémulas. A minha alma, cheia de câncros duvidosos, doía como nunca.
Acordei cheio da doença. Não, era só uma ligeira dor de cabeça e qualquer vulgar tontura. Que horror matinal. Cocei a cabeça e pensei um pouco. Com tanta emoção já me tinha desabituado. Cambaleei até à janela e comi uma bolacha.
20090509
Câncro
Não tenho medo
Suponho eu
Tenho frio
Estou morto
Carta feia
Já beijei cem milhões de pessoas
E nenhuma me soube a mar
Não tenho fome
O tempo parou
E eu caí
Nem sei como não chorar
Lembro-me do teu dia
Foi como outro qualquer
E nada
Foi a última foda que te calhou
Nem sei porque é que a tiraste
Já mataste cem milhões de putas
E nenhuma te soube amar
Sou tão pós-moderno
Olhem para mim
Não tenho vontade
Já não me apetece
Nem acredito que isto passe por ritmo
Suponho eu
Mas já não tenho frio
E nem de morto consigo fingir
Epopeia, epopeia
Do nada e do cagar
Estou cansado como de costume
Vou fumar outro cigarro
E apagar a ponta nos meus olhos
Sei que assim vou chorar sangue
E impressionar a minha namorada
Ahah
Nada
Sinto todas as tuas feridas de merda
A arruinar o meu ambiente pútrido favorito
Quem se mete em tudo também se mete em ti
Não é?
Olhem para ela
Está cheia de sexo
Arranha-me com sangue
Estou cheio de dores
Ahah
Nada
Espera dois segundos
Já que partes cem milhões de janelas
Por cada lágrima derramada
Então aproveita qualquer coisa
E vai-te foder
Deixa-me em paz
Não sou teu
Não sou meu
Estou cheio de dores
Ahah
Bela merda
Só me saem duques
Ahah
Estamos todos no mesmo barco
Vai-te foder
Vou fumar outro cigarro
E apagar a ponta nos teus olhos
Pode ser que assim vejas
Que estou cheio do teu câncro
E das outras todas também
E não quero saber
Tenho calor
Tenho frio
Sei que quero morrer
Mas estou cheio de frio
E de calor
E isso dá-me preguiça
Prefiro estar assim.
Não tenho medo
Suponho eu
Tenho frio
Estou morto
Carta feia
Já beijei cem milhões de pessoas
E nenhuma me soube a mar
Não tenho fome
O tempo parou
E eu caí
Nem sei como não chorar
Lembro-me do teu dia
Foi como outro qualquer
E nada
Foi a última foda que te calhou
Nem sei porque é que a tiraste
Já mataste cem milhões de putas
E nenhuma te soube amar
Sou tão pós-moderno
Olhem para mim
Não tenho vontade
Já não me apetece
Nem acredito que isto passe por ritmo
Suponho eu
Mas já não tenho frio
E nem de morto consigo fingir
Epopeia, epopeia
Do nada e do cagar
Estou cansado como de costume
Vou fumar outro cigarro
E apagar a ponta nos meus olhos
Sei que assim vou chorar sangue
E impressionar a minha namorada
Ahah
Nada
Sinto todas as tuas feridas de merda
A arruinar o meu ambiente pútrido favorito
Quem se mete em tudo também se mete em ti
Não é?
Olhem para ela
Está cheia de sexo
Arranha-me com sangue
Estou cheio de dores
Ahah
Nada
Espera dois segundos
Já que partes cem milhões de janelas
Por cada lágrima derramada
Então aproveita qualquer coisa
E vai-te foder
Deixa-me em paz
Não sou teu
Não sou meu
Estou cheio de dores
Ahah
Bela merda
Só me saem duques
Ahah
Estamos todos no mesmo barco
Vai-te foder
Vou fumar outro cigarro
E apagar a ponta nos teus olhos
Pode ser que assim vejas
Que estou cheio do teu câncro
E das outras todas também
E não quero saber
Tenho calor
Tenho frio
Sei que quero morrer
Mas estou cheio de frio
E de calor
E isso dá-me preguiça
Prefiro estar assim.
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