A menina veio ter comigo
Pediu-me para lhe pagar um gelado
Não tinha trocos no bolso
Fiquei em pânico à espera dela
A menina deu-me a mão
Pediu-me para lhe dar um beijo
Estava cheio de vergonha
Só lhe dei um terno abraço
Perdi o comboio por cinco minutos
Fiquei sentado ao pé da linha a pensar no que não lhe disse
Deitei-me no chão a olhar para o relógio suspenso
E a menina chamou por mim.
20090730
20090722
20090720
Vício
I
Acordo com uma descida
Em plano recortado
Abro os olhos para te ver em fuga
Deitada na ponta do meu cigarro
E eu
Sem ter como escapar
Abro a janela
E olho para o céu
E olho para o céu
E olho para o céu.
II
Os novos heróis
Dormem horas e horas
No leito manchado de sangue
À espera que chegue o furor da câimbra
E os horrores em escala da mentira em vidro
São todos perfeitos
Cheios de sexo
A tresandar a morte.
III
Onde está o rei?
Foi para debaixo da cama
Com medo da sua lucidez
Que lhe queima as decisões
Que lhe queima as decisões
Que lhe queima as decisões
E obriga o mundo a cair em si.
I
Acordo com uma descida
Em plano recortado
Abro os olhos para te ver em fuga
Deitada na ponta do meu cigarro
E eu
Sem ter como escapar
Abro a janela
E olho para o céu
E olho para o céu
E olho para o céu.
II
Os novos heróis
Dormem horas e horas
No leito manchado de sangue
À espera que chegue o furor da câimbra
E os horrores em escala da mentira em vidro
São todos perfeitos
Cheios de sexo
A tresandar a morte.
III
Onde está o rei?
Foi para debaixo da cama
Com medo da sua lucidez
Que lhe queima as decisões
Que lhe queima as decisões
Que lhe queima as decisões
E obriga o mundo a cair em si.
20090716
Tenho cinco grãos de sal
Pousados no meio da minha vista
Não vejo o tempo
Nem o campo
Só os traços
Apagados
Duma morgue que está vazia
Tenho vento a mais na minha lágrima
Onde estás tu?
Atrás de mim
A supor que eu já esqueci
O que
Ainda é
Eu
Eu
Eu
Sem nada
Sem perceber
Com o sal a escorrer
Pela cara
E nós?
Onde estamos?
Atrás de ti
A supor que somos qualquer coisa
Sem ti
Sem mim
Com as pernas enroscadas no lençol velho
A pensar em razões para chorar
Pedi três
Deram-me duas
E eu fui-me embora
A respirar
Tantas desculpas
Tão pouco tempo
E eu a gastar os olhos
No sal que nem aproveito
Só me doi tudo
Porque não sei o que dizer
Não sei olhar para ti
Diz outra vez
Sou a minha miséria
Tira-me daqui
E agora?
Tenho cinco grãos de sal
Caídos nas minhas mãos
Sou um turista da circulação sem paragem
Tira-me daqui
Tira-me daqui
Tira-me daqui
Estas feridas
São amargas
Só me lamento
Não tenho o que
Dizer.
Ajuda-me, por favor
Estou sem ti
E agora
Nem à minha morte acho graça.
Pousados no meio da minha vista
Não vejo o tempo
Nem o campo
Só os traços
Apagados
Duma morgue que está vazia
Tenho vento a mais na minha lágrima
Onde estás tu?
Atrás de mim
A supor que eu já esqueci
O que
Ainda é
Eu
Eu
Eu
Sem nada
Sem perceber
Com o sal a escorrer
Pela cara
E nós?
Onde estamos?
Atrás de ti
A supor que somos qualquer coisa
Sem ti
Sem mim
Com as pernas enroscadas no lençol velho
A pensar em razões para chorar
Pedi três
Deram-me duas
E eu fui-me embora
A respirar
Tantas desculpas
Tão pouco tempo
E eu a gastar os olhos
No sal que nem aproveito
Só me doi tudo
Porque não sei o que dizer
Não sei olhar para ti
Diz outra vez
Sou a minha miséria
Tira-me daqui
E agora?
Tenho cinco grãos de sal
Caídos nas minhas mãos
Sou um turista da circulação sem paragem
Tira-me daqui
Tira-me daqui
Tira-me daqui
Estas feridas
São amargas
Só me lamento
Não tenho o que
Dizer.
Ajuda-me, por favor
Estou sem ti
E agora
Nem à minha morte acho graça.
20090705
Fecha a porta.
Estou cansado das horas que não passam devagar.
Estou cansado de ter de suportar a tua cruz.
Deixa-me fechar os olhos e perder a cabeça.
Arranhei os meus olhos quando te estava a coçar de lá para fora,
Perdido numa insuportável ressaca da vida.
Pousou um melro à janela e contou-me que tu me odeias,
Lembro-me lá eu,
Histórias.
Fecha a puta da porta.
Estou cansado.
Não me deixes aqui assim,
Pelo menos tem a decência de me comprar qualquer coisa,
Não tenho ao que me agarrar.
"Foi assim, percebe?
Não. Ainda estou vivo."
Estou cansado das horas que não passam devagar.
Estou cansado de ter de suportar a tua cruz.
Deixa-me fechar os olhos e perder a cabeça.
Arranhei os meus olhos quando te estava a coçar de lá para fora,
Perdido numa insuportável ressaca da vida.
Pousou um melro à janela e contou-me que tu me odeias,
Lembro-me lá eu,
Histórias.
Fecha a puta da porta.
Estou cansado.
Não me deixes aqui assim,
Pelo menos tem a decência de me comprar qualquer coisa,
Não tenho ao que me agarrar.
"Foi assim, percebe?
Não. Ainda estou vivo."
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